Quais são os transtornos mentais por trás da conduta de perseguição. Parte 01.

Perseguir alguém significa seguir, vigiar, ameaçar ou incomodar, impedir o outro, conhecer pessoas, proibir sair de casa, realizar compra, interagir com outros, dificultar a empregabilidade. Perseguir uma pessoa de forma persistente e indesejada. Esse comportamento pode causar medo, angústia e até violência na vítima. Mas por que algumas pessoas perseguem outras?

Segundo a literatura psiquiátrica, existem diferentes tipos de perseguidores, cada um com suas motivações e características psicológicas. Alguns dos transtornos mentais mais comuns entre eles são:

– Transtorno delirante: O perseguidor delirante acredita ter uma relação especial ou íntima com a vítima, mesmo que não a conheça ou tenha tido um contato superficial. Ele pode fantasiar que a vítima o ama, o admira ou o odeia, e interpreta sinais inexistentes como provas de sua conexão. Ele pode enviar cartas, presentes, mensagens ou ligar incessantemente para a vítima, tentando convencê-la de seu amor ou ódio. Ele pode também agir de forma hostil ou agressiva se sentir-se rejeitado ou traído. Esse tipo de perseguidor costuma ter dificuldade de estabelecer relações sociais e afetivas normais, e pode apresentar outros sintomas psicóticos, como alucinações ou paranoia.

– Transtorno de personalidade: O perseguidor de personalidade tem um padrão de comportamento inflexível e disfuncional, que afeta sua capacidade de se adaptar às normas e expectativas sociais. Ele pode ter um senso exagerado de si, uma baixa empatia, uma tendência à impulsividade e à agressividade, e uma dificuldade de lidar com frustrações e críticas. Ele pode perseguir alguém por vingança, ciúme, inveja, ódio ou simplesmente por diversão. Ele pode também tentar manipular, controlar ou dominar a vítima, usando de chantagem, ameaça ou violência. Alguns dos transtornos de personalidade mais associados à perseguição são o narcisista, o antissocial, o borderline e o histriônico.

– Transtorno obsessivo-compulsivo: O perseguidor obsessivo-compulsivo tem pensamentos intrusivos e repetitivos sobre a vítima, que geram ansiedade e desconforto. Ele sente uma necessidade irresistível de realizar certos comportamentos relacionados à vítima, como segui-la, vigiá-la, contatá-la ou coletar informações sobre ela. Esses comportamentos têm a função de aliviar temporariamente a ansiedade causada pelos pensamentos obsessivos, mas acabam por reforçá-los e perpetuá-los. Esse tipo de perseguidor costuma ter baixa autoestima, insegurança afetiva e dependência emocional. Ele pode perseguir alguém por quem tenha uma atração romântica ou sexual, ou por quem tenha uma relação prévia que terminou mal.

Esses são apenas alguns exemplos de transtornos mentais que podem estar envolvidos na perseguição. É importante ressaltar que nem todas as pessoas, com esses transtornos, perseguem outras pessoas, e nem todas as pessoas que perseguem outras pessoas têm esses transtornos. A perseguição é um fenômeno complexo e multifatorial, que depende de diversos aspectos individuais e contextuais. Por isso, é fundamental buscar ajuda profissional tanto para as vítimas quanto para os perseguidores, a fim de prevenir danos maiores e promover a saúde mental de todos.

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